sexta-feira, 15 de maio de 2015

Cem Anos de Solidão


Já li Cem Anos de Solidão três vezes nesta vida. O livro do escritor colombiano Gabriel García Márquez, publicado originalmente em 1967, é um dos textos mais surreais em que já bati os olhos. A história da família Buendía e sua Macondo é de uma riqueza criativa fantástica.

Cheguei ao livro por acaso. Meu falecido avô, Ernani, o qual não conheci, foi montando uma grande biblioteca ao longo da vida. Que, com os anos, seguiu sendo alimentada pela minha avó, Amélia. E como meus pais ficaram com a casa que era dos meus avós, grande parte desta biblioteca estava sempre lá, à disposição de quem se interessasse em se aventurar por ela. Algo que eu sempre gostei. Lembro da enorme coleção da revista Seleção, da Reader’s Digest, com exemplares originais das décadas de 1950 e 1960. E dos muitos livros que habitavam aquelas prateleiras.

Em uma dessas incursões, encontrei um exemplar de Cem Anos de Solidão. Já meio detonado, com a capa rasgada, mas com o conteúdo intacto. Uma edição brasileira do início dos anos 1970. E como já havia lido sobre a importância do livro, resolvi lê-lo, literalmente. É claro que não me arrependi.

O texto de García Márquez é, pra dizer o mínimo, incrível. As palavras prendem o leitor, que devora páginas e mais páginas faminto por informações e pelo destino dos membros da família Buendía, que possuem as mais diversas histórias. Do patriarca que enlouquece e se metamorfoseia em uma grande árvore ao filho que se transforma em um dos grandes generais de seu país. Dos amores proibidos às desavenças, tudo está ali. E, lá no fim, você se depara com um parágrafo gigantesco, praticamente sem pontuação, onde a história alcança um dos seus clímax e te deixa praticamente sem ar.

Meu primeiro contato deve ter sido na entrada dos 20 anos. Mais tarde, li novamente na casa dos 30. E, mais recentemente, devorei novamente as páginas desta obra-prima já com a maturidade tardia dos 40 anos - ou a adolescência eterna, imaturidade congênita, por aí vai.

Vou reler Cem Anos de Solidão durante todas as décadas da minha vida. Uma passada por suas páginas a cada dez anos, para reativar o cérebro e relembrar que tudo, absolutamente tudo, é possível. Tenho ainda umas três releituras pela frente, e a certeza de que em todas serei surpreendido pelo texto imortal e absolutamente fantástico de Gabriel García Márquez.

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