quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Banda Gentileza - Nem Vamos Tocar Nesse Assunto (2015)


Após seis anos, a Banda Gentileza retorna com um novo disco que deve cair nas graças de todos que baterem os ouvidos no trabalho. Nem Vamos Tocar Nesse Assunto foi lançado no início de julho e traz o grupo inspirado e afiadíssimo - nome aos bois: Heitor Humberto (vocal, guitarra, violão e violino), Jota Borgonhoni (guitarra, viola caipira, piano e teclado), Diego Perin (baixo) e Bruno Castilho (bateria).

Unindo letras bem humoradas e inteligentes, que não apelam para rimas fáceis e buscam sair do lugar comum, o grupo aborda temas do cotidiano com uma bem-vinda e certeira dose de acidez. Tendo como base o bom e velho rock and roll, os curitibanos carregam o ouvinte através de riffs criativos, arranjos bem feitos e o uso de coros que enfatizam o clima meio mambembe de sua proposta criativa.

A mixagem realça a crueza dos timbres, adicionando uma bem-vinda dose de agressividade às composições. O uso de metais e a absoluta tranquilidade e destreza com que a banda transita por outros gêneros - a abertura com ecos de Tangos & Tragédias da ótima “Eu Sempre Quis”, o hard de “Pesadelo”, a batida que une o samba ao rock em “Casa”, o reggae de “Por Onde Anda”  e a doce sutileza de “Tudo Teu” - faz com que cada faixa seja sempre uma agradável surpresa, revelando uma saudável pluralidade na musicalidade do quarteto.

Com uma absoluta falta de cerimônia em relação aos clichês e mandamentos do rock - ignorando-os por completo -, a Banda Gentileza explora de maneira criativa as infinitas possibilidades do gênero, entregando um disco agradável, pesado e dançante. E ainda possui a sabedoria e a maturidade de usar o bom humor na dose certa, fazendo o artifício nunca soar sem propósito ou exagerado.

Nem Vamos Tocar Nesse Assunto é um álbum maduro, que proporciona uma audição agradável e repleta de satisfação. A única queixa que fica é, na verdade, um simples e sincero pedido: não demorem 6 anos pra lançar o próximo álbum, por favor!

Encerrando: o nome da banda pode gerar uma impressão errada, levando o leitor a pensar que trata-se de algo suave e contemplativo. Nada disso: é rock, e dos bons!

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