sexta-feira, 12 de junho de 2015

Paradise Lost - The Plague Within (2015)


Há mais de 25 anos na estrada, a banda inglesa Paradise Lost já atravessou diversas fases em sua carreira. Nos primeiros anos, foi fundamental para o surgimento, evolução e popularização do gothic metal, gravando clássicos indiscutíveis como Shades of God (1992), Icon (1993) e Draconian Times (1995). Depois, passou por um período onde explorou novas influências, incorporando elementos eletrônicos e de synthpop, notadamente em Host (1999). E então, usou a experiência para equilibrar a sonoridade clássica com o desejo de experimentação e renovou a sua música fazendo-a soar revigorada e alinhada à atualidade em trabalhos como In Requiem (2007), Faith Divide Us - Death Unites Us (2009) e Tragic Idol (2012).

The Plague Within, lançado no início de junho, é o décimo-quarto álbum do Paradise Lost é mantém a ótima fase vivida pela banda nos últimos anos. Produzido por Jaime Gomez Arellano, traz o quinteto formado por Nick Holmes (vocal), Greg Mackintosh (guitarra), Aaron Aedy (guitarra), Steve Edmondson (baixo) e Adrian Erlandsson (bateria) em dez faixas inéditas que mostram que os ingleses dominam plenamente a música que executam. A banda sabe exatamente onde encaixar os riffs, quanto alternar os ritmos, o momento certo para mudar a dinâmica de cada faixa. O domínio que o Paradise Lost demonstra sobre a sua arte em The Plague Within, além de transmitir uma segurança absurda, mostra que a banda atingiu definitivamente a maturidade.

Variando entre faixas mais lentas e que retomam a herança doom do início da carreira e outras onde o ritmo é mais acelerado e agressivo, o grupo construiu um disco muito interessante, com cada faixa apresentando caminhos ao mesmo tempo distintos, mas que soam interligados no conjunto da obra. A força de The Plague Within está na soma das dez faixas que compõe o álbum, e não focada em apenas algumas composições. Ainda que canções como “No Hope in Sight”, "Terminal”, “Punishment Through Time” e “Beneath Broken Earth” se destaquem em um primeiro momento, as audições contínuas revelam um trabalho coeso e dono de uma força descomunal.

Soando com uma espécie de cruzamento entre o Celtic Frost e o The Sisters of Mercy, The Plague Within é um dos grandes discos da carreira do Paradise Lost, e, muito provavelmente, o trabalho mais forte dos ingleses desde o clássico Draconian Times. É a banda retomando e renovando a sua identidade, e mostrando que ainda tem muito a dar ao fãs do rock repleto de peso. 

Indicadíssimo!

Um comentário:

  1. Depois de algumas audições, acho que ouso dar minha polêmica opinião. Sendo um grande apreciador da banda, confesso que tive uma reação não muito entusiasmada ao The Plague Within. Obviamente a retomada de uma sonoridade mais pesada foi um fator que me agradou, mas creio que essa "volta ao passado" poderia ter sido explorada de uma forma mais criativa em alguns momentos. Curiosamente, das faixas destacadas no texto, duas para mim estão entre as menos interessantes do disco: "Punishment Through Time" e "Cry Out". A primeira eu considero um tanto genérica e chega mesmo a lembrar "Pity the Sadness" em algumas partes. Já a segunda é uma boa canção prejudicada pela repetição do refrão ("The Last Time", do Draconian Times, é uma daquelas exceções à regra).

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