terça-feira, 11 de agosto de 2015

Um disco por dia: Johnny Winter - The Progressive Blues Experiment (1969)


Primogênito de John e Edwina Winter, John Dawson Winter III é um dos mais importantes e influentes músicos de blues do século XX. Sua guitarra fez história, elevando-o à condição de lenda, status esculpido a ferro e fogo pelas highways de sua vida.

Albino como o seu irmão menos famoso, Edgar, Johnny começou a tocar muito cedo, e, aos 15 anos, já havia gravado seu primeiro álbum, School Boy Blues, creditado ao grupo Johnny and the Jammers, hoje disputado mais por ser um raro souvenir do que propriamente por sua qualidade artística. Ainda durante a adolescência, Winter teve a oportunidade de assistir ao vivo ícones como Muddy Waters e B.B. King, fundamentais na sua formação.

Em 1968, Johnny Winter formou um trio com o baixista Tommy Shannon e o baterista Uncle Joe Turner. Os shows chamaram a atenção e deram uma certa reputação à banda, levando o jornalista Larry Sepulvado a escrever sobre o grupo para a então nascente Rolling Stone. A matéria de Sepulvado gerou interesse em Winter, tornando as apresentaçãos ainda mais concorridas.

Em abril de 1969 chegou às lojas The Progressive Blues Experiment, lançado pela Imperial Records, trazendo uma sonoridade crua e rude, que ajudou a definir o tipo de música que seria associada, mais tarde, à vertente do gênero proveniente do Texas. Trazendo apenas quatro faixas próprias ("Tribute to Muddy", "Bad Luck and Trouble", "Mean Town Blues" e "Black Cat Bone"), o álbum contém competentes releituras para clássicos de autoria de Muddy Waters ("Rollin´ and Tumblin´"), Sonny Boy Williamson ("Help Me"), Slim Harpo ("I Got Love If You Want It"), B.B. King ("It´s My Own Fault") e Howlin´ Wolf ("Forty-Four"), deixando claras as influências que acompanhariam Winter por toda a sua carreira.

Clássico incontestável, o álbum mostrou ao mundo o estilo único de Johnny Winter, seja no slide de "Rollin´ and Tumblin´", no tempero country de "Bad Luck and Trouble", nos solos inspirados de "Tribute to Muddy" e na aproximação com o hard rock de "Mean Town Blues", seguindo a mesma linha que o Led Zeppelin exploraria com brilhantismo ímpar durante a década de 1970.

Se você gosta de blues ou de rock, esse é um disco imperdível.

Todos os dias, um review analisando um título da minha coleção. Leia no volume máximo, com a air guitar plugada.

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