quinta-feira, 23 de julho de 2015

A sublime provocação de Tommy Bolin


Gravado antes de Tommy Bolin assumir o posto de Ritchie Blackmore no Deep Purple, Teaser é um disco brilhante, obrigatório para todo e qualquer apreciador de uma guitarra bem tocada. 

Bolin exibe toda a sua técnica e o seu talento como compositor nas nove faixas do disco. Teaser começa a nos conquistar já pela faixa de abertura, "The Grind", dona de um groove contagiante. Com bom gosto e classe acima da média, Tommy mostra, de forma clara e inquestionável, o porque de ter sido escolhido como o substituto do até então insubstituível Blackmore.

"Homeward Strut" é uma faixa instrumental repleta de balanço, enquanto os pouco mais de cinco minutos de "Dreamer" e a bela "Savannah Woman" mantém o trabalho no mais alto nível. Outros pontos altos são as ótimas "Teaser", "People, People" e "Wild Dogs", exemplos extremamente bem acabados da capacidade de Bolin como compositor e de sua criatividade como instrumentista.

Somos brindados ainda com mais uma faixa instrumental, "Marching Powder", bastante influenciada pela fase jazz rock de Jeff Beck, e que conta com a participação do tecladista Jan Hammer, da Mahavishnu Orchestra.

Teaser se encerra com "Lotus", uma excelente composição que inicia suavemente e aos poucos vai ganhando elementos introduzidos por Bolin, que toca e sola de maneira primorosa, além de cantar de forma apaixonada, fechando o disco com chave de ouro.



Com grande competência e talento, Tommy Bolin trilhou diversos caminhos musicais em sua breve carreira, seja em seus álbuns solo ou ao lado do James Gang, Moxy e Deep Purple, e também em participações mais que especiais em trabalhos clássicos como Spectrum (1973), de Billy Cobham, e Mind Transplant (1974), de Alphonse Mouzon.

Sua música é a prova de sua imensa capacidade criativa e talento. Sua morte, em 4 de dezembro de 1976 por overdose de heroína, deixou inacabada uma grande trajetória que certamente nos brindaria ainda com vários grandes discos.

Ouvir um álbum com Teaser nos causa duas reações: a primeira é imaginar para quais caminhos a música de Tommy Bolin seguiria. E a segunda é agradecer a esse músico único, que mesmo com uma breve e atribulada carreira nos presenteou com trabalhos sublimes como esse.

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