terça-feira, 19 de maio de 2015

Whitesnake - The Purple Album (2015)


Ainda que venha gravando bons discos nos últimos anos, casos de Good to Be Bad (2008) e Forevermore (2011), o Whitesnake apresentou uma inegável queda de performance ao vivo, fato que deve ser creditado única e exclusivamente a David Coverdade. O vocalista, uma das maiores vozes de sua geração, há anos não canta mais como antigamente, e isso chega a ser constrangedor nos shows. O que segura o nível é o excelente nível técnico dos músicos que o acompanham e o repertório de alto quilate que Coverdale construiu ao longo de sua carreira.

Não sou dos maiores apreciadores de álbuns de covers, principalmente quando eles relêem canções registradas originalmente pelo próprio artista que as está regravando. É o que acontece com The Purple Album, novo do Whitesnake, que como o próprio título entrega, traz novas versões para clássicos da banda que revelou Coverdale ao mundo. São treze, indo de “Burn" até “Stormbringer”. O resultado, como seria de se esperar pelos motivos explicados no primeiro parágrafo, é decente e vale o play. David está com uma ótima banda ao seu lado (com destaque para Tommy Aldridge e Reb Beach), e passeia pelas excelentes canções do Purple com categoria. Ainda que a regravação de “Burn" deixe explícito o quanto a voz de Coverdale não é mais a mesma, com a banda tocando a faixa muitos tons abaixo, até que isso deu um certo charme pro negócio, ficando bem diferente da versão original. 

O repertório tem surpresas agradáveis como as excelentes “Love Child” e “You Keep on Moving", presentes no único álbum do Purple com Tommy Bolin, o ótimo Come Taste the Band (1975), além de canções fora do habitual quando o assunto é Deep Purple, casos de “Sail Away” e “Holy Man”, ambas com bonitas versões. De resto, clássicos do nível de “The Gypsy”, “Lady Double Dealer”, “Might Just Take Your Life”, “Soldier of Fortune” e a obrigatória "Mistreated", todas com mudanças de arranjos e inserções criativas, que as tornam renovadas e interessantes mais uma vez.

Um disco interessante, que olha para o passado sem soar unicamente saudosista.

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