terça-feira, 4 de agosto de 2015

Um disco por dia: Von Hertzen Brothers - Stars Aligned (2011)

18:10

Foo Fighters tocando os maiores sucessos do Pink Floyd depois de passar alguns anos na Índia ouvindo muito Beach Boys”. Essa definição estava no release distribuído à imprensa e tentava definir o som do Von Hertzen Brothers aos não iniciados na banda. Ouvindo Stars Aligned, quarto disco do grupo, percebe-se que quem a cunhou foi muito feliz.

Mas, a princípio, os irmãos Von Hertzen - Mikko (vocal e guitarra), Kie (guitarra e vocal) e Jonne (baixo) - não tocavam juntos. Cada um dos três trilhava seu próprio caminho em diferentes bandas em seu país natal, e com bastante sucesso. A ideia de reunir forças nasceu por acaso, na festa de aniversário do pai, onde foram fazer uma jam e perceberam, enfim, que a química estava, literalmente, no sangue.

Stars Aligned foi o disco responsável por fazer o Von Hertzen Brothers colocar os pés para fora da Finlândia pela primeira vez. A ótima repercussão dos CDs anteriores, que foram muito bem aceitos tanto pela crítica quanto pelos fãs, fez com que a gravadora apostasse na carreira internacional do trio. Basta dar play para perceber porque.

O Von Hertzen Brothers executa um rock que vai do pop ao prog com naturalidade. As composições, cheias de camadas instrumentais, trazem primorosos arranjos vocais, em uma saudável influência de nomes como Queen e Yes. Há elementos também do hard rock e até mesmo do heavy metal na rica sonoridade do grupo, que impressiona pelo extremo bom gosto.

Há momentos emocionantes e sublimes, como “Voices in Our Heads”, uma composição espetacular e, sem exageros, brilhante. Essa alta qualidade é marcante em diversas faixas, como “Miracle”, “Gloria” e “Angel's Eyes”. A exploração de elementos da música oriental dá, além de um ar diferenciado à música do Von Hertzen Brothers, um bem-vindo clima de mistério e misticismo totalmente apropriado para a capacidade inerente que o álbum possui de levar o ouvinte a outras dimensões.

Outra característica marcante do grupo está em possuir uma clara aura setentista que não soa, em nenhum momento, datada. Apesar de essa parecer uma afirmação meio contraditória a princípio, escutando o disco percebe-se a maneira única com que o trio utiliza elementos do período clássico do rock na construção da sua música, mostrando inteligência em arranjos que nunca soam exagerados ou desnecessários. Um ótimo exemplo está em “Bring Out the Snakes”, que soa como o Pink Floyd clássico dos anos 1970.

A audição de Stars Aligned é uma experiência incrivelmente prazerosa e gratificante, algo raro nos tempos em que vivemos. É impossível ficar impassível diante de tamanha musicalidade exteriorizada em composições fortíssimas, donas de uma personalidade inquieta e desafiadora.

Ouça e conheça a sua nova banda favorita!

Todos os dias, um review analisando um álbum da minha coleção. Leia no volume máximo, ouça com o coração aberto.

Pra atualizar os ouvidos: Playlist Novos Sons Brasileiros

17:32

É comum ouvir por aí: o rock brasileiro não existe mais. Mais comum que isso, só o erro que ele comete: não tá morto coisa nenhuma!

Existem inúmeras bandas e artistas de qualidade Brasil afora, fazendo música de altissimo nível, agora mesmo. 

Pra ajudar você a chegar lá, compilei diversos nomes - dentro e fora do rock, não importa - com sons legais e que merecem chegar aos ouvidos de mais e mais pessoas, sempre e cada vez mais.

Ouça na playlist abaixo, e, se curtir, divulgue pra galera, pros seus contatos, pros amigos, brothers e vizinhos.

Abração!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O Papai é Pop, livro do Marcos Piangers

17:29

Marcos Piangers é um jornalista e radialista muito popular em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Ele faz parte da equipe do programa Pretinho Básico, a maior audiência da Atlântida, rede de rádios do grupo RBS destinada ao público jovem. Na verdade, o Piangers é, disparado, o melhor e mais engraçado dos comunicadores do programa.

Tudo isso fez com que a RBS abrisse mais espaço para o rapaz, dando uma coluna semanal para o Marcos no jornal Zero Hora, onde ele fala da experiência de ser pai. E é justamente a reunião dessas crônicas do dia a dia e das aventuras da paternidade que compõe o primeiro livro do jornalista.

O Papai é Pop acaba de chegar às livrarias, e é uma delícia. Dono de um texto leve e divertido, Marcos Piangers conta em cada uma das páginas do livro as experiências que viveu e segue vivendo ao lado de suas duas filhas - Anita, de 8 anos, e Aurora, de 2. Pra quem já teve a alegria de ter um filho, é impossível não se identificar com os relatos de Piangers - até porque, mudando apenas o nome dos personagens, são situações bastante similares às que experimentamos ao lado de nossos próprios filhos.

Com 112 páginas impressas em papel de alta gramatura, capa dura e uma direção de arte que transpõe para o papel a leveza e o alto astral dos textos, O Papai é Pop é uma leitura fácil e divertidíssima, que garante sorrisos e reflexões de maneira simultânea. É um retrato interessante dessa geração da qual eu e o Piangers fazemos parte, esses pais de 40 e poucos anos que são muito diferentes dos nossos pais. Garotos adultos que consomem cultura pop em excesso, que dividem com seus filhos o gosto por séries, HQs, cinema e música de uma maneira impensável em um passado não tão distante. Ao relatar em suas crônicas as aventuras, e também os medos e anseios dessa geração, Piangers consegue proporcionar uma identificação instantânea e imediata com o leitor, sensação que é intensificada pelo bom humor onipresente.

O Papai é Pop é um livro delicioso e indicado para pais, mães, filhos e todo mundo que deseja saber mais sobre esse animal tão fascinante: nós, os seres humanos. Aproveite que o Dia dos Pais está chegando e dê de presente pro seu, ou pra você mesmo.

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