Iron Man: Minha Jornada com o Black Sabbath, biografia de Tony Iommi escrita com a colaboração de T.J. Lammers, é um livro delicioso. A obra conta toda a trajetória de Anthony Frank Iommi à frente e na liderança da mais importante e influente banda de heavy metal de todos os tempos, revelando dezenas de detalhes e histórias de bastidores que tornam a leitura repleta de surpresas em todas as páginas.
Escrita de uma maneira simples e composta por capítulos curtos, Iron Man é uma obra muito fácil de se ler. A degustação é agradável e sem esforço, o que torna o livro atrativo até mesmo para quem não está acostumado com o hábito da leitura. As 400 páginas voam embaladas por revelações que, se não tivessem saído da boca de um dos protagonistas, pareceriam mais lendas urbanas do que acontecimentos reais.
Partindo da infância de Iommi e indo até mais ou menos 2010, passando no caminho pelo período pré-Black Sabbath, pelos primeiros anos da banda, o estrelato, o consumo de drogas em quantidades industriais, o processo de composição e gravação de cada disco, a saída de Ozzy e a chegada de Dio, o curto tempo com Ian Gillan, os rumos incertos vividos durante as décadas de 1980 e 1990, a reaproximação com Ozzy e o surgimento do Heaven and Hell, o livro não economiza ao contar uma das histórias mais impressionantes do mundo musical. De garotos desacreditados e sem esperança de Birmingham ao topo do mundo, a obra acompanha toda a saga da banda que criou o heavy metal nas palavras de seu principal músico, compositor e líder.
Entre os trechos mais curiosos, as loucas vidas de Ozzy e Bill Ward se destacam. É de se impressionar que ambos ainda estejam vivos levando-se em conta o que fizeram e nos é contado por Tony. A relação com Ronnie James Dio também rende ótimos momentos na obra, assim como a curta passagem de Ian Gillan pelo Black Sabbath, cujo fruto é o discutível Born Again, disco lançado em 1983.
Tony Iommi soa franco em todo o livro, e, apesar de evitar críticas mais pesadas aos principais colegas de banda, as faz quando elas são mais do que necessárias - que o diga Glenn Hughes.
Como ponto negativo na edição nacional deve-se mencionar o erro de tradução que afirma que o pai de Iommi nasceu no Brasil. O texto original não diz isso, e essa falha acabou tomando outra proporção na edição brasileira.
Tirando esse pequeno deslize, que certamente será corrigido nas edições futuras, Iron Man: Minha Jornada com o Black Sabbath é um livro rico em informações, ainda mais em um mercado como o nosso, onde a bibliografia sobre a banda mais importante da história do metal é escassa.
Tem que ter, e tem que ler!
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