segunda-feira, 22 de junho de 2015

Divertida Mente (2015)


A pequenina Boo invade o mundo dos sonhos e revela toda a doçura, medos e alegria dos monstros que amedrontam os pesadelos infantis. E assim a gente assistiu Monstros S/A, a obra-prima lançada pela Pixar em 2001. 

Carl conhece Ellie, e juntos vivem uma linda história de amor. A sequência embaixo da árvore, onde revelam seus sentimentos e vêem a vida passar, culminando com seguidas tentativas fracassadas de ter filhos, é uma das mais sentimentais do cinema. Tá tudo lá, em Up - Altas Aventuras.

Estes eram os meus dois filmes preferidos da Pixar até hoje. Também gostei muito de Procurando Nemo, Os Incríveis, Carros, Ratatouille e o magnífico Toy Story 3 e sua fábula sobre o fim da infância, mas tanto Monstros S/A quando Up estão acima destes outros, pra mim.

Mas eles acabam de ganhar companhia. Divertida Mente (Inside Out, no título original) é facilmente um dos melhores trabalhos de toda a história da Pixar. Um filme belíssimo, que retrata com sensibilidade e feeling o mar de emoções que é a vida de uma menina pré-adolescente de 11 anos, Riley Anderson, filha única, que acaba de se mudar com sua família para uma nova cidade, uma nova escola, com novos amigos.

A ideia por trás de Divertida Mente é simples e sensacional. No roteiro, a mente humana é controlada por cinco emoções: alegria, tristeza, medo, raiva e nojo. São elas as responsáveis por guiar cada um de nós pelas experiências que a vida nos revela, reagindo de acordo com cada situação e gerando as memórias marcantes que irão moldar a personalidade de cada indivíduo. A turma é liderada por Alegria, sempre cheia de energia e uma líder nata. Mas, então, acontece algo que leva Alegria e Tristeza para fora da central de controle que faz com que Riley reaja ao mundo, e ela passa a ser guida apenas pelo Medo, pela Raiva e pelo Nojo. Enquanto isso, Alegria e Tristeza partem em uma jornada pelos confins da mente da menina, encontrando o Trem do Pensamento, a Produção de Sonhos, a Ilha da Imaginação, o Subconsciente e tudo mais.

O que temos em Divertida Mente é um roteiro profundo e inteligente, que usa o aspecto lúdico para retratar um assunto pra lá de complexo e complicado: a depressão. No caso, a depressão pré-adolescente, quando, em pleno processo de formação de sua personalidade, Riley é retirada de seu mundo e vai com os pais para uma nova cidade, com gente estranha por todos os lados. Ela se sente sozinha, desamparada, e não tem mais a Alegria para lhe dar esperança, e sim apenas as decisões tomada pelo trio Raiva, Medo e Nojo.

É um filme belíssimo, com diálogos inspirados e uma conclusão que transborda feeling, onde entendemos a importância e o papel de cada uma das cinco emoções básicas que controlam a nossa personalidade.

Divertida Mente é um dos melhores filmes da Pixar, com certeza, e é também a sua obra mais sensível e tocante.

Carl e Boo ganharam uma nova campanhia. Tenha 11, 20, 30 ou 40 anos, você vai gostar de Riley.


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