Alex Puddu é um italiano de quase cinquenta anos (nasceu em 1967), natural de Roma. Integrante de alguns combos grooveiros como Puddu Varano, Excess Bleeding Heart, Nerve e Alex Puddu and the Butterfly Collectors, caminha pelas estradas do jazz-funk, resvalando, por momentos, naquilo que chamam de porn groove - aquela música de fundo que embala filmes de sexo explícito.
Soultiger é seu terceiro álbum solo e foi lançado em 15 de abril passado. As dez faixas do disco, com duração média de 5 minutos cada e predominantemente instrumentais, vão muito mais no jazz-funk do que na sacanagem sonora, apesar de o trabalho ser literalmente de f*** de tão bom. Os grooves tem como base a tríade teclado-baixo-bateria, com inserções espertas de guitarra e aparições de um trompete bem encaixado que invariavelmente traz à mente um certo Miles Davis.
Criativo e colocando tudo em seu devido lugar, Puddu entrega um trabalho agradável, com uma sonoridade redonda e elegante. Soultiger acaricia os ouvidos com uma música repleta de atrativos, construída com ingredientes vindos, predominantemente, da black music. A participação de Joe Bataan, veterano da salsa e do latin soul e responsável pelos vocais em três canções (“The Mover”, “50,000 Women Can’t Be Wrong” e “Love Talk”, esta útima uma balada na melhor tradição do soul), imprime ainda mais classe ao disco.
Entregando muito balanço, Soultiger é um prato cheio pra quem curte não apenas jazz-funk, mas todo e qualquer tipo de música focado no groove e no ritmo.
Altamente recomendável.
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